Publicado em: 29 de fevereiro de 2016
Uso de proteínas recombinantes na reconstrução de maxilares
Use of recombinant proteins for maxillary reconstruction
Eder Magno Ferreira de OLIVEIRA
Nauber de Souza VITORINO
Paulo Henrique Luiz de FREITAS
Thomaz WASSAL
Marcelo Henrique NAPIMOGA
Segundo a literatura atual, o padrão ouro para as reconstruções com enxertos ósseos ainda é o OSSO AUTÓGENO. Existem várias vantagens para o uso desta modalidade de tratamento e algumas desvantagens, como a alta morbidade no momento da remoção do fragmento doador; fatos estes que desmotivam alguns pacientes, que acabam abandonando o tratamento ou optando por alternativas menos eficientes.
Devido a estas limitações, a sociedade científica mundial trava uma luta constante para desenvolver um biomaterial que possua todas as qualidades do enxerto autógeno e que também apresentem resultados satisfatórios para a reabilitação protética sobre implantes.
“Reconstruir a maxila ou a mandíbula em casos de perdas após ressecção de tumores, avulsões traumáticas ou mesmo reabsorção por desuso, é uma das tarefas mais difíceis na clínica do cirurgião bucomaxilofacial. Para que o paciente tenha a função e a estética restituída, é importante que a reconstrução promova volume e distribuição óssea adequada – o que por vezes pode ser virtualmente impossível. É fundamental, portanto, analisar o tipo de defeito que se deseja reconstruir antes de tomar qualquer decisão sobre sequência de tratamento ou de materiais de enxertia.”
A promessa da engenharia tecidual
Para o sucesso dos estudos celulares proliferativos (multiplicação celular feita em ambiente laboratorial) para substituir os enxertos mais traumáticos e possuir maior propriedade osteoindutora, a engenharia tecidual necessita da chamada ‘tríade da engenharia tecidual”, ou seja:
a) Células: Idealmente células-tronco mesenquimais pluripotenciais, que permitem a diferenciação e o surgimento de células formadoras dos diversos tipos teciduais existentes;
b) Fatores de diferenciação: Moléculas naturalmente existentes nos tecidos vivos que, se administradas com propriedade, facilitam os processos de proliferação e diferenciação celular
c) Arcabouços ou armações: Estruturas físico-químicas que viabilizam a proliferação e diferenciação celular, além de promover a organização espacial do tecido que se busca reconstruir.
Com a descoberta de proteínas ósseas morfogenéticas, o leque de opções para a enxertia óssea com propriedades osteoindutoras maiores que os outros biomateriais sintéticos pareceu aumentar. Vários trabalhos já foram realizados com volumes e concentrações diferentes com a intenção de criar um material com a MAIOR osteoindução possível. Porém as pesquisas ainda esbarram em um problema: A necessidade de um veículo que ajude a permanência do enxerto em posição, como por exemplo, membranas de colágeno, placas ou telas de titânio não reabsorvíveis.
“Como a BMP age localmente, a proteína deve ser implantada no sítio a ser reconstruído por meio de uma matriz que previna a eliminação imediata da mesma. Idealmente, a matriz promove uma taxa de liberação previsível e continua, estendendo-se por um período maior. Procede-se uma “liberacao como dose de ataque” (burst release), para recrutar celulas indiferenciadas para o sítio de implantação, seguida de liberação gradual que promove a diferenciação de células osteoprogenitoras para osteoblastos. As três matrizes aprovadas atualmente, incluem a esponja absorvível de colágeno tipo I (ACS), matriz de colágeno tipo I derivada de osso e uma combinação de rhBMP7 em matriz de colágeno particulado combinado com carboximetilcelulose.”
Fonte: http://www.cetrobh.com/2015/07/uso-de-proteinas-recombinantes-na-reconstrucao-de-maxilares-video.html